domingo, 26 de outubro de 2014

Reflexões Sobre os Processos de Gestão da Manutenção

Caros Amigos Leitores,

Venho tentando construir um cenário sobre a Gestão da Engenharia de Manutenção nas empresas brasileiras e, realmente, em alguns momentos, não consigo entender a lógica que é aplicada para o desenvolvimento e implementação de ações significativas, visando a obtenção de resultados ao negócio dessas empresas.

Existe, em alguns casos, um entendimento equivocado, provocado por um grupo de gestores que possuem uma visão míope do sistema, pois na tentativa de reduzir custos, acabam cortando a execução de atividades importantes e necessárias a plena operação dos sistemas, cortam os quadros de profissionais, reduzem escopos e oficinas, aglutinam as atividades, entre outros pontos.

Ao mesmo tempo, exigem que a equipe reduzida e com o planejamento de atividades defasado, por uma série de variabilidades recorrentes no processo, consiga obter indicadores de disponibilidade e confiabilidade altos.

Não entendem que eles próprios provocaram o caos na Engenharia de Manutenção, pois em pouco tempo a planta industrial ou o complexo predial, estarão sucateados, fora das condições adequadas de produção ou de habitação.

Algumas empresas, simplesmente, buscam ao invés de manter suas instalações, simplesmente, fazem a opção por uma maquiagem nas instalações, pois em algum momento, alguém diz que a empresa será vendida..., um engenheiro amigo, em uma conversa informal, passou a informação que o termo para esse caso é "Vamos Vestir a Noiva", nesse caso, o grupo que comprar essa organização, estará comprando uma noiva já senhora e com a saúde deteriorada.

Logo em seguida, em função de uma mudança de mercado, esses Gestores resolvem, não mais vender a NOIVA, ficando agora com um grande passivo em termos de ausência de manutenção, permanecendo com os seus equipamentos completamente fora das condições ideais de funcionamento.

Nessa fase, os custos de manutenção ficam altíssimos, muitas vezes, é impossível conseguir retornar ao estágio normal de operação (modo nominal), sendo necessária a substituição de equipamentos ou de toda a instalação.

Esse fato, infelizmente, é registrado por nossa equipe de Consultores em empregas de pequeno, médio e grande porte, de todos os segmentos, sendo industrias ou complexos prediais, registramos inclusive esse tipo de ocorrência em hospitais, escolas, universidade, industrias químicas, siderúrgicas, entre tantas outras.

Quando ocorre um acidente de grande porte, em muitas das vezes, ele está relacionado diretamente como a ausência da execução das manutenções programadas, com o desligamento de mecanismos de alerta e de segurança, com o corte dos sinais sonoros e luminosos que indicavam que a operação possuía problemas, basta fazer uma rápida revisão na bibliografia e poderemos encontrar, os acidentes de Bopal, Plataformas, Industrias Químicas e Nucleares, entre outros.

O plano de manutenção sendo realizado como programado e uma equipe capacitada e competente, se faz importante para a obtenção dos resultados de excelência, é importante entender que a manutenção é um investimento, como preconizado em diversas literaturas, nas Normas ABNT - NBR - ISO - 55.000 (1 a 2) e na 5462, por exemplo.

Assim, continuar realizando a gestão como no passado é um paradigma a ser quebrado, precisamos reforçar em nossos relatórios os impactos advindo desse tipo de opção na gestão, comparando com resultados em que a manutenção é privilegiada e vista com um excelente investimento, demonstrando através de resultados concretos, a diferença entre saber fazer e se deixar levar pelo acaso.

Em breve, voltaremos com mais um texto para que a discussão sobre o tema Engenharia de Manutenção, buscando que esta seja vista e diferenciada dos modelos atuais de Gestão.

Carlos Almeida 


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Carlos Almeida